Ali, bem naquele canto, como um nada que é tudo e um tudo que ninguém percebe. Nesse paradoxo que se expande e contraí. Sente o cheirinho? Uma gota de limão. Basta. O que não se via invade, transpira envolve. Porque em muitos se anda, passa, corre, e não vê. Não é possível. Ainda não sente o cheirinho de limão? Mais ou menos, ela disse. Bem ao longe. Não é nada demais, completou. Um detalhe.
Revolta.
Nada demais? É uma gota. UMA GOTA! Basta. Um perfume doce e uma gota de limão! Pronto. Não percebe que sem essa gota, nada mais faria sentido? É o detalhe que cerca e abraça. Vem à pele como veludo. E salta aos olhos como o céu azul num dia de sol. Nas entrelinhas, veio o silêncio e ao redor tudo cheirava a limão.